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Jornal do Meio Dia

Conscientização sobre o Autismo: a importância do diagnóstico precoce e da inclusão

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No Jornal do Meio-Dia desta terça-feira, 01 de abril, a neuropsicopedagoga Nayrlane Dutra trouxe reflexões essenciais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), em alusão ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 02 de abril. A entrevista abordou a importância do diagnóstico precoce, o papel da neuropsicopedagogia no desenvolvimento cognitivo e social das crianças e os desafios enfrentados pelas famílias.

“O transtorno do espectro autista se caracteriza, principalmente, pela dificuldade na comunicação e na socialização, o que pode impactar o desenvolvimento social e acadêmico da criança”, explicou Nayrlane. Segundo a especialista, o diagnóstico precoce é fundamental para garantir um acompanhamento adequado. “Quanto antes identificamos os sinais, mais eficazes serão as intervenções, permitindo que a criança desenvolva ao máximo suas potencialidades”, destacou.

Sinais de alerta para os pais

Os primeiros indícios do TEA podem ser percebidos desde os primeiros meses de vida. “Bebês que não sustentam o olhar, não respondem ao chamado dos pais por volta dos seis a oito meses ou apresentam dificuldades na aquisição da linguagem são sinais de alerta”, alertou Nayrlane. Outros indícios incluem brincadeiras repetitivas e fixas, além de uma interação social limitada.

A atuação da neuropsicopedagogia

A neuropsicopedagogia tem um papel essencial na estimulação das habilidades cognitivas das crianças autistas. “Nosso trabalho é focado no fortalecimento das funções executivas, potencializando o aprendizado e contribuindo para o desenvolvimento social e comunicativo”, explicou a profissional.

Inclusão escolar e adaptação de métodos pedagógicos

Sobre o papel da escola na inclusão de alunos autistas, Nayrlane reforçou que cada criança tem necessidades específicas. “As adaptações devem ser individuais, levando em consideração o perfil de aprendizado de cada aluno. O acolhimento e o vínculo entre professor e aluno são fundamentais para tornar o processo educativo mais eficaz”, afirmou.

A sociedade e o respeito às diferenças

A neuropsicopedagoga também destacou a necessidade de uma sociedade mais inclusiva. “Compreender que cada indivíduo é único e que todos têm direitos iguais é essencial para construir um mundo mais acolhedor”, ressaltou.

Diagnóstico em meninos e meninas

Durante a entrevista, Nayrlane abordou uma curiosidade sobre a incidência do autismo em meninos e meninas. “O TEA é mais diagnosticado em meninos, enquanto meninas podem ter sinais mais sutis, o que pode retardar a identificação do transtorno”, explicou.

Preconceito e conscientização

A resistência de algumas famílias em aceitar o diagnóstico também foi um tema abordado. “Ainda há preconceito, até mesmo dentro do núcleo familiar. Muitas famílias demoram a buscar ajuda por medo ou negação. A conscientização é o caminho para reduzir essa resistência e garantir que a criança receba o suporte adequado”, pontuou a especialista.

Terapias e acompanhamento

Sobre a necessidade de acompanhamento terapêutico ao longo da vida, Nayrlane explicou que não existe um tempo fixo para as terapias. “Cada criança responde de forma diferente. Algumas necessitam de suporte por um período mais curto, enquanto outras precisam de um acompanhamento mais prolongado. O importante é garantir que elas recebam os estímulos necessários para o seu desenvolvimento”, disse.

Mensagem final

Ao encerrar a entrevista, Nayrlane Dutra deixou um recado para pais, educadores e sociedade: “O respeito é fundamental, e o conhecimento sempre abre portas. Observar, compreender e acolher são passos essenciais para garantir uma inclusão verdadeira. Se houver qualquer sinal, procure um profissional. Quanto antes as intervenções começarem, melhor será o desenvolvimento da criança”.