Saúde mental no trabalho: Psicóloga Jane Mary alerta para sinais de esgotamento e importância do acolhimento nas empresas

No Jornal do Meio-dia desta quinta-feira, 1º de maio, Dia do Trabalhador, a psicóloga clínica, hospitalar, do esporte e especialista em cuidados paliativos e psico-oncologia, Jane Mary dos Santos, destacou a importância da saúde mental no ambiente de trabalho. A especialista alertou para os sinais de esgotamento profissional e reforçou a necessidade de ações efetivas por parte das empresas para garantir o bem-estar emocional dos colaboradores.

Segundo Jane, a saúde mental é um dos pilares para a produtividade e qualidade de vida do trabalhador. “É fundamental que o funcionário se sinta acolhido e pertencente ao ambiente em que atua. Isso influencia diretamente não só no desempenho profissional, mas também na vida pessoal e familiar”, afirmou.

Durante a entrevista, a psicóloga abordou a síndrome de burnout — um esgotamento emocional extremo causado por condições crônicas de trabalho — e alertou para sintomas como perda de motivação, apatia, isolamento social e dificuldades de convivência com colegas. “A pessoa já não sente prazer no que fazia antes. O simples ato de sair da cama e se preparar para trabalhar torna-se um peso”, explicou.

Jane ressaltou ainda que o problema não está apenas nas metas ou cobranças, mas, muitas vezes, no próprio ambiente de trabalho. “Ambientes tóxicos, com fofocas, ausência de diálogo e falta de apoio da liderança são gatilhos importantes para o adoecimento emocional”, alertou.

A psicóloga destacou o papel estratégico do setor de Recursos Humanos aliado ao departamento de Psicologia dentro das empresas. “É essencial que haja programas de acolhimento, eventos voltados à saúde física e emocional, palestras de conscientização e canais para escuta ativa dos colaboradores. Um RH atuante é o coração da empresa”, disse.

A especialista também comentou os desafios impostos pela era digital e o trabalho remoto. Segundo ela, o excesso de conectividade, o isolamento e a dificuldade em separar vida pessoal da profissional têm impactado profundamente a saúde mental dos trabalhadores. “Trabalhar em casa exige ainda mais disciplina. As pessoas precisam redescobrir seus limites e reservar tempo para si, para atividades prazerosas”, recomendou.

Para preservar o equilíbrio emocional, Jane orienta que os trabalhadores cultivem práticas simples, como atividades físicas, leitura, momentos com amigos ou hobbies. “Cuidar da saúde mental é cuidar da vida. Pergunte-se: o que eu faço por mim? Muitos não sabem responder”, afirmou.

A psicóloga reforçou que, ao perceber sinais persistentes de desânimo, insônia, apatia ou isolamento, é fundamental procurar ajuda profissional. “Remédio pode ajudar momentaneamente, mas a psicoterapia é essencial para tratar a causa. O autoconhecimento e o acompanhamento psicológico são ferramentas poderosas para evitar o agravamento dos sintomas e prevenir transtornos mais sérios”, finalizou.