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Manhã Super Difusora

Descontos indevidos na aposentadoria: especialista alerta sobre fraudes e orienta como agir

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Durante entrevista no programa Manhã Super Difusora desta terça-feira (20), o advogado presidenciarista André Silveira fez um alerta importante sobre descontos indevidos que estão sendo aplicados nas aposentadorias de milhares de brasileiros. Segundo ele, muitos aposentados estão sendo vítimas de fraudes relacionadas a empréstimos consignados, cartões de crédito não solicitados e mensalidades de sindicatos ou entidades associativas que nunca foram autorizadas.

Silveira explicou que, para identificar esses descontos, o aposentado precisa acessar o aplicativo ou site Meu INSS, o que já representa um desafio para grande parte da população idosa, que enfrenta dificuldades com tecnologia. O especialista destacou que, mesmo com o acesso, o aplicativo está frequentemente congestionado e requer conhecimento técnico para navegar até o extrato de pagamento — única forma de verificar todos os descontos realizados.

“Esses valores não aparecem no extrato bancário. É preciso entrar no Meu INSS, acessar o extrato de pagamento e verificar se há descontos de mensalidades associativas, sindicais ou até valores de cartão de crédito consignado que o beneficiário sequer sabia que existiam”, afirmou.

De acordo com o advogado, há casos em que os descontos ultrapassam R$ 700 mensais, como o de um cliente acamado na zona rural, cuja aposentadoria estava sendo comprometida por um seguro não contratado. “Essa pessoa não tem celular, nunca saiu de casa, não tem condições físicas nem de ir ao banco. Ainda assim, estavam descontando mensalmente um valor expressivo. É uma fraude”, relatou.

Silveira deixou claro que existem sindicatos e entidades sérias, mas ressaltou que muitas associações são falsas, de fachada, e realizam descontos ilegais sem qualquer autorização do aposentado. “Quando o desconto não é autorizado, a entidade tem o prazo de 15 dias para comprovar a autorização com documentos como RG, termo de filiação e autorização assinada. Se não comprovar, o INSS deve cobrar o valor e devolver ao aposentado. Caso contrário, a situação pode ser levada à Justiça”, explicou.

O especialista também orientou os familiares a ajudarem os idosos a acessarem o sistema e recomendou que, diante de qualquer suspeita, os beneficiários procurem um advogado de confiança. “Se a aposentadoria caiu e o valor está menor do que deveria, desconfie. Isso pode estar acontecendo há anos. Procure um advogado pessoalmente e não forneça informações por telefone ou WhatsApp. Muitos golpes estão sendo aplicados dessa forma”, alertou.

Ao final da entrevista, o advogado reforçou: “Descontos que variam de R$ 20 a R$ 80 por mês, ao longo de anos, representam uma perda significativa. E a maioria dos aposentados nem sabe que está sendo lesada. O importante agora é ficar atento, buscar orientação jurídica e agir”.