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Manhã Super Difusora

Cardiologista Ivani Leite Vieira destaca importância dos cuidados paliativos além do fim da vida

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Durante entrevista ao programa Manhã Super Difusora desta quarta-feira, 28 de maio, a cardiologista Dra. Ivani Leite Vieira abordou de forma clara e objetiva a importância dos cuidados paliativos não apenas no fim da vida, mas também como uma prática integrada ao tratamento de doenças crônicas. Segundo a médica, os cuidados paliativos são essenciais para promover qualidade de vida a pacientes com enfermidades graves, incuráveis ou de longa duração, e devem ser vistos como parte integrante do tratamento e não como sinônimo de fim iminente.

“Cuidados paliativos não são apenas para quem está morrendo. São para qualquer pessoa que tenha uma doença crônica ou grave. O objetivo é aliviar o sofrimento físico, emocional, social, espiritual e familiar do paciente”, explicou a cardiologista. Dra. Ivani destacou ainda que o acompanhamento pode e deve caminhar junto com terapias curativas, e que o preconceito em relação ao termo “paliativo” ainda é um grande obstáculo para a compreensão da população.

A médica também alertou para o agravamento de condições cardíacas no período do inverno, destacando a tendência de sedentarismo nesta época do ano. “As pessoas diminuem a atividade física e se alimentam de forma menos equilibrada. A pressão arterial costuma subir e os riscos aumentam”, afirmou.

Durante a entrevista, Dra. Ivani enfatizou que os sinais de alerta do corpo, como irritabilidade e cansaço, muitas vezes são ignorados. “O coração dá sinais. A pressão alta, por exemplo, pode estar presente sem sintomas claros, mas o corpo emite alertas que não devemos negligenciar”, explicou. A médica ainda defendeu a importância de observar os próprios comportamentos e emoções como indicadores de saúde.

Um dos pontos centrais da conversa foi a necessidade de diálogo familiar sobre temas delicados, como as diretivas antecipadas de vontade, documento que permite ao paciente registrar legalmente seus desejos em caso de perda de consciência ou incapacidade. “É importante conversar com a família e designar alguém de confiança para tomar decisões baseadas na vontade do paciente”, alertou.

Dra. Ivani também destacou o trabalho da equipe de Atenção Domiciliar da Unimed Itapetininga, que atualmente acompanha 13 pacientes em cuidados paliativos. Segundo ela, é essencial haver uma equipe multidisciplinar para garantir o acolhimento integral e digno aos pacientes e suas famílias.

“Os cuidados paliativos precisam abordar cinco dimensões: física, emocional, social, espiritual e familiar. Ninguém deve enfrentar esse processo sozinho”, concluiu a médica.

A entrevista reforçou que a saúde do coração está diretamente ligada ao bem-estar geral do indivíduo e que o cuidado humanizado é uma das principais ferramentas para garantir dignidade e qualidade de vida, independentemente da fase da doença.