Jornal do Meio Dia
Obesidade infantil: nutricionista alerta para riscos, causas e importância da prevenção desde a infância

A obesidade infantil é uma condição que exige atenção urgente de pais, escolas e da sociedade como um todo. Para tratar do tema, o Jornal do Meio-dia desta terça-feira, 3 de junho, entrevistou a nutricionista Thuane Santos, especialista em saúde infantil e alimentação equilibrada. Durante a conversa, a profissional detalhou as causas, consequências e os caminhos para prevenir e tratar casos de obesidade em crianças, condição que pode ter impactos graves e duradouros na vida adulta.
Segundo Thuane, o diagnóstico de obesidade infantil segue critérios específicos que envolvem a relação entre peso, altura e idade, utilizando padrões reconhecidos internacionalmente. Embora o termo “obesidade mórbida” não seja usado oficialmente na pediatria, casos considerados graves exigem atenção redobrada, pois há forte probabilidade de desenvolvimento precoce de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e distúrbios cardiovasculares.
Entre os principais fatores de risco estão o sedentarismo, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados e hábitos alimentares inadequados dentro do ambiente familiar. “Muitas vezes, crianças com sobrepeso vêm de famílias onde já há histórico de obesidade ou doenças metabólicas. Isso, aliado à falta de atividade física e ao excesso de tempo diante de telas, contribui significativamente para o agravamento do quadro”, explica a nutricionista.
A profissional destacou que o problema não é apenas físico. A obesidade pode comprometer o desempenho escolar e o bem-estar emocional das crianças. O excesso de açúcar e gorduras na alimentação diária, por exemplo, pode afetar a concentração, o humor e o desenvolvimento cognitivo.
Thuane também chamou atenção para a importância da educação alimentar como alternativa ao que costuma ser erroneamente chamado de “dieta para crianças”. Ela defende mudanças progressivas nos hábitos alimentares, priorizando alimentos naturais e substituições inteligentes, como trocar pão e arroz brancos por versões integrais, além de reduzir o consumo de açúcar. “É fundamental que a família participe do processo. A criança só muda se o exemplo vier de casa”, afirmou.
Sobre o papel das escolas, a nutricionista destacou avanços importantes. “Hoje, muitas instituições já evitam a oferta de doces e refrigerantes, optando por sucos naturais e ações de conscientização sobre alimentação saudável”, observou. Ainda assim, ela reforça que é necessário haver diálogo entre escolas e famílias para identificar casos de risco e buscar acompanhamento nutricional adequado.
Por fim, Thuane orientou pais e responsáveis a buscarem ajuda especializada caso a criança apresente resistência a novos alimentos ou dificuldades em manter uma alimentação equilibrada. “Não basta restringir. É preciso ensinar, conversar, dar exemplo. A responsabilidade é nossa, e a prevenção começa agora — não apenas para evitar doenças, mas para garantir qualidade de vida lá na frente.”
A entrevista completa está disponível em nosso canal no YouTube: @superdifusoraoficial