Redes sociais

Notícias

Ataque a facadas dentro de ônibus deixa três mortos em Piracicaba

Publicado

em

Três pessoas morreram e outras três ficaram feridas, num ataque a facadas sofrido ontem à tarde dentro de um um ônibus do transporte coletivo, em Piracicaba, e que faz a linha Terminal Central de Integração/Vila Sônia. O criminoso foi preso em seguida pela Polícia Militar.

As cenas de horror, praticadas por um homem de 52 anos, aposentado por invalidez, aconteceram quando o coletivo estava parado no ponto da avenida Armando de Salles Oliveira, entre as ruas Regente Feijó e Voluntários de Piracicaba, no Centro da cidade.
Sem dizer nada, ele levantou do banco (há relatos de testemunhas que o coletivo estava lotado, com pessoas em pé), tirou a faca de uma sacola e partiu para cima dos passageiros.

As vítimas fatais são Valdemar da Silva Venâncio, 68, Adriana Coelho da Silva, 42, e Roseli Ramalho Ferreira, 55, sendo esta última funcionária do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba e que foi a que mais levou facadas – inclusive, ela tinha lesões na orelha, braço e mão, o que indica que tentou se defender.

“Ela foi uma grande heroína, mas, infelizmente, não sobreviveu”, declarou um passageiro que não quis ser identificado. “Quando ele (autor) foi golpear uma mulher, ela entrou na frente e acabou sendo golpeada bastante”. Roseli chegou a descer do coletivo e caiu a cerca de 10 metros de distância, numa calçada, morrendo ali mesmo.

Todas as facadas foram dadas pelas costas, de cima para baixo, acertando entre o ombro e pescoço dos passageiros. Um rapaz, que também não quis ter seu nome divulgado, falou que seu amigo foi atingido no pescoço. Ele detalhou como tudo aconteceu.

“Quando a gente vê um homem como o assassino entrar num ônibus, de boné, andando meio torto, pensa que ele pode ter bebido demais. Quando chegou no ponto, o ônibus parou para as pessoas entrarem, ele levantou e já foi esfaqueando as pessoas”, contou.

O rapaz disse que ia ser golpeado, mas conseguiu esquivar-se e a facada acertou sua bolsa. “As pessoas começaram a gritar para o motorista abrir a porta. Meu amigo deixou cair o celular e o óculos e colocou a mão em cima do ferimento para estancar o sangue”, detalhou.

Um outro jovem, que embarcou no terminal, relatou que viu sua amiga e a mãe dela serem esfaqueadas. “Na hora eu paralisei, então o autor acabou ficando de frente comigo. Em seguida dei um chute nele, desci e saí correndo. Começou uma gritaria e ele foi para cima das mulheres”, acrescentou.

Uma mulher que estava sentada no fundo do ônibus disse que chegou a ouvir o criminoso falar que “todo mundo ia morrer”. Na sequência, de acordo com ela, o homem levantou, pegou a faca e começou a atacar as pessoas.

Desconhecido

Segundo apurou a Polícia Civil, o autor não possui nenhum grau de parentesco com nenhuma das vítimas. Por isso, tudo contribui para um surto psicótico. Foi descoberto que ele mora sozinho numa casa do bairro Vila Sônia e possui passagem criminal por porte de arma.

O criminoso não confessou o motivo que o levou a atacar as pessoas. Ao ser preso dentro do ônibus, por militares do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia), ele não falou nada e, mais tarde, teria pronunciado frases desconexas.

Em entrevista coletiva, ontem à noite, a delegada Juliana Ricci, responsável pela Delegacia de Homicídios da Deic, disse que primeiro ouviu as testemunhas e não havia tomado depoimento do criminoso ainda.

O delegado Kleber Altale, diretor do Deinter-9 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) lamentou o ocorrido. “É lamentável e muito triste um fato como este”, declarou. O tenente-coronel Alexandre Luiz Bergamasco Pedro e o capitão Sol Reys também participaram da coletiva.