Agronegócio
O que mexe no preço do cereal mais importante do Brasil?
Os preços do milho estão caindo, é verdade, pressionados pelo peso de uma colheita de Safrinha muito maior do que o ano passado. “Mas, há boas perspectivas para a recuperação dos preços no segundo semestre”, projeta a equipe de analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica.
“Neste momento conseguimos vislumbrar que possam retornar aos R$ 80,00/saca para os agricultores nos próximos 30 dias e depois subir aos poucos até R$ 90,00/saca, até dezembro. Os preços do mercado de lotes serão ainda maiores”, afirmam os especialistas. Confira o que mexe no preço do cereal mais importante do Brasil:
FATORES DE ALTA
- Expectativa de boa demanda de exportação: O Brasil assinou um acordo sanitário com a China, na expectativa de vender algo ao redor de 10 milhões de toneladas nesta temporada. Nada ainda aconteceu neste sentido, mas o canal está aberto e poderá acontecer. O fato é que as exportações de milho iniciam o mês de julho de maneira acelerada. Tradicionalmente, as vendas de exportação de milho no Brasil tendem a crescer no segundo semestre, enxugando o mercado.
- Altas do dólar de 2,60% na semana e 3,25% no mês, que melhoram os preços pagos no Brasil. O banco americano Goldman Sachs elevou a projeção para o dólar no Brasil a R$ 5,50 daqui a três meses, ante R$ 4,70 da estimativa anterior. Nesta sexta-feira o dólar fechou a R$ 5,40.
- Tecnicamente, as cotações da Bolsa de Chicago foram pressionadas excessivamente, possibilitando um retorno, como explicado no gráfico acima.
FATORES DE BAIXA
- Maior oferta de milho no Brasil: A produção de milho no Brasil, nesta safra, aumentou 32,8%, segundo o último relatório da Conab, de 7/7/22, passando de 87.096,8 mil toneladas (por quebra) para 115.662,7 mil toneladas (consultorias privadas estimam até mais). É natural que, durante a colheita, especialmente de uma Safrinha cheia, como foi a deste ano, os preços recuem, como está acontecendo neste momento. Mas, com a entrada mais forte da exportação no segundo semestre, a disputa entre exportadores e indústrias deve voltar a elevar os preços.