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Crise no transporte coletivo se agrava e usuários reclamam de situação

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A crise no transporte coletivo em Itapetininga tem se agravado a cada semana. Os usuários que dependem do transporte seguem reclamando da situação, alguns chegam a andar quatro quilômetros porque houve redução na linha. Há meses o Jornal Correio acompanha a situação do transporte coletivo em Itapetininga, moradores de diversos bairros e distritos vêm reclamando dos problemas que a falta do transporte vem causando.

Não é um problema pontual, houve diminuição das linhas em praticamente todas as rotas. Horários reduzidos e em alguns bairros em determinados dias os ônibus nem circulando estão, um exemplo é o Rechã, quem depende do transporte público aos domingos precisa encontrar outra alternativa porque a empresa Nossa Senhora Aparecida não está rodando por lá nesses dias.

A moradora do Distrito do Tupi Andreia Kern de Barros desabafou sobre as dificuldades que vem enfrentando com o transporte. “Linha Tupi só tem um horário, que é as 7h30 da manhã, e ainda falta. Pior que ele nem vai até o ponto final, só vai até metade. Eu esperava nesse ponto final. Com essa retirada, tenho que caminhar por 4 km… É muita humilhação. Quando precisamos de outro horário, temos que usar a linha Rechã que passa na Rodovia Raposo Tavares. Contudo, temos que enfrentar a super lotação. E trafegando em Rodovia correndo perigo.”

Na área urbana também há reclamação, Odino Dias de Oliveira, morador do Jardim Paulista, conta que a redução também afeitou o bairro. “Tenho que ir a pé no médico no centro, se tivesse ônibus eu iria de ônibus, enquanto existir táxi na cidade o transporte coletivo não vai dar certo. Não adianta notificar ônibus porque eles têm gastos, e como vai encher de ônibus se os táxis ainda estão rodando.”

Em 2017, A Empresa Circular Nossa Senhora Aparecida assumiu oficialmente os serviços de transporte coletivo em Itapetininga no dia 1º de outubro, quando encerrou o período de transição com a Viação Rosa que chegou a entrar na justiça contra a prefeitura pedindo a rescisão contratual.

A licitação do transporte coletivo foi lançada em 2012, o contrato inicial foi assinado entre prefeitura e a Viação Rosa de Tatuí. De acordo com dados presentes no edital, o sistema de transporte coletivo de Itapetininga deveria ter capacidade para transportar uma média de 543.576 passageiros por mês, em 14 linhas urbanas e 8 rurais, totalizando 22 linhas, operadas por uma frota 43 veículos, sendo 38 ônibus operacionais e 5 reservas, que deveriam percorrer cerca de 232,5 mil quilômetros e realizar 16.690 viagens de ida ou volta por mês.

De acordo com o advogado da empresa Nossa Senhora Aparecida, Edson José de Arruda, não houve uma previsão de equilíbrio econômico financeiro na licitação e hoje apenas um décimo de passageiros, previsto no edital, usa o transporte coletivo. “Estamos no prejuízo, não temos suporte, não temos subsídio. Já pedimos a rescisão do contrato, a prefeitura não aceitou e agora estamos esperando o contrato acabar no próximo ano”.

Segundo o advogado, o que tem ajudado a empresa a fechar as contas é o trabalho de transporte fretado que eles também prestam.

Em nota, a prefeitura informou que segue fiscalizando e notificando a empresa com relação à prestação do serviço.