Agronegócio
Por que o preço da cebola disparou em 2022
O preço da cebola disparou 130% em 2022, levando a hortaliça para o primeiro lugar do ranking de produtos que mais encareceram no ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No campo, o preço pago ao produtor chegou a subir 259% e bateu recorde na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP), iniciada em 2000.
Essa disparada ocorreu porque os agricultores venderam menos cebola para os mercados e feiras neste ano. Quanto menor a oferta, maior são os preços. Isso aconteceu porque:
- houve uma forte diminuição no plantio de cebola em São Paulo, Nordeste e Cerrado de Minas Gerais e Goiás. Juntas, as áreas plantadas desses locais encolheram 18% em relação a 2021, mostra um relatório do Cepea/Esalq-USP;
- os agricultores reduziram o plantio porque tiveram prejuízos em 2021. Com a alta de preços neste ano, muitos conseguiram se recuperar;
- produtor está gastando mais com insumos, como adubos e defensivos;
- a safra do Sul, que é a principal região fornecedora, iniciou em novembro, mas sofreu com um frio atípico que aumentou doenças e dificultou a colheita, explica Marina Marangon, do Cepea.
- Brasil reduziu a compra de cebola da União Europeia. O bloco restringiu vendas porque os agricultores da Espanha também diminuíram o plantio.
Qual a tendência para 2023? - Como os produtores de cebola estão com mais dinheiro para investir, a expectativa é de leve aumento da área plantada, o que pode fazer com que os preços sejam mais baixos em relação a 2022;
- Se houver aumento da área plantada, o impacto na queda de preços deve acontecer depois de maio;
Problemas climáticos, contudo, podem manter preços altos.