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Dia da Consciência Negra: reflexão sobre igualdade e luta por direitos
O Jornal do Meio-dia trouxe uma importante reflexão sobre o Dia Nacional da Consciência Negra, com a participação do professor Luiz Fernando Oliveira do Valle. Formado em História e com especialização em políticas públicas, ele abordou a luta histórica e os desafios enfrentados pela população negra no Brasil.
O professor relembrou episódios marcantes de sua infância, como o preconceito vivido na escola. “Abríamos os livros na parte da escravidão, e os colegas diziam que eram meus parentes”, recordou. Ele também destacou as críticas ao cabelo e a falta de reconhecimento das origens africanas nos sobrenomes. “Por que não podemos ser identificados pelo sobrenome africano?”, questionou.
Luiz Fernando explicou que a data de 20 de novembro não é apenas um momento para celebrar Zumbi dos Palmares, mas para entender que a história dos negros no Brasil vai além desse marco. Segundo ele, a luta pela igualdade precisa ser uma pauta constante, sobretudo no ambiente escolar, onde jovens podem começar a se identificar e compreender suas origens.
O professor chamou atenção para a naturalização de atos racistas no cotidiano, como ofensas e piadas. Ele citou exemplos de artistas e esportistas negros, como Pelé, que enfrentaram preconceito de forma recorrente. “Será que alguém já se perguntou como ele se sentia após um jogo, sendo vaiado e ofendido?”, indagou.
Luiz Fernando defendeu a necessidade de dar voz à população negra, argumentando que apenas uma mudança no comportamento de quem pratica racismo poderá transformar a sociedade.
Outro ponto relevante abordado foi a exclusão econômica e social dos negros. O professor destacou que, apesar de biologicamente existir apenas uma raça — a humana —, sociologicamente, a raça está associada a desigualdades econômicas. “O acesso a cursos superiores tradicionais exige uma renda alta e, muitas vezes, anos de preparação. Isso automaticamente exclui grande parte da população negra”, afirmou.
Como reflexão final, ele deixou a pergunta: “Em que posição você quer ver os negros no Brasil?”
Essa data não é apenas uma comemoração, mas um convite à ação para que a igualdade e o respeito se tornem realidade no cotidiano de todos.