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Jornal do Meio Dia

Polícia Civil de Itapetininga desarticula duas organizações criminosas em menos de 48 horas

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A Polícia Civil de Itapetininga realizou, em menos de 48 horas, duas operações que atingiram diretamente organizações criminosas atuantes na região. As ações, denominadas “Raptio” e “Entropia”, resultaram na prisão de suspeitos envolvidos, respectivamente, no sequestro de um empresário em Tatuí e em um esquema de tráfico de drogas com movimentações financeiras ilícitas. A informação foi confirmada durante entrevista concedida nesta sexta-feira (30) ao Jornal do Meio-dia pelo delegado Franco Augusto Costa Ferreira, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

A operação “Raptio” teve início após o sequestro de um empresário tatuiano no dia 4 de abril. Segundo o delegado, a vítima foi abordada por homens fortemente armados, vestidos com trajes semelhantes aos da Polícia Federal, ao sair de sua empresa. O empresário foi levado inicialmente para um cativeiro no bairro dos Mirandas, em Tatuí, e posteriormente transferido para outro local na região de Campinas, onde acabou sendo libertado. Não houve pagamento de resgate, mas a Polícia acredita que ele seria alvo de novas extorsões.

Imagens do crime e a divulgação nacional do caso ajudaram a acelerar a atuação policial. Três pessoas foram presas até o momento, e uma quarta, com extensa ficha criminal, segue foragida. Parte da quadrilha seria especializada nesse tipo de crime, com integrantes vindos de fora da cidade. Uma das presas é a companheira da vítima, suspeita de participação direta no planejamento do crime. De acordo com o delegado, inconsistências no depoimento e mensagens trocadas com um dos sequestradores reforçaram o indiciamento da mulher.

Paralelamente, a Polícia Civil também coordenou a operação “Entropia”, que resultou na prisão preventiva de oito indivíduos e no cumprimento de 15 mandados de busca em vários bairros de Itapetininga. A ação, que contou com apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Municipal, é resultado de cerca de um ano de investigações conduzidas pela Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (DISE).

Durante a operação, foram apreendidos celulares, dinheiro em espécie e materiais relacionados a lavagem de dinheiro. Segundo o delegado Franco, o foco da fase atual era a prisão dos envolvidos, pois as provas já obtidas durante as investigações anteriores — como na operação “Tupi”, que prendeu 13 pessoas — já justificavam os mandados judiciais. Em doze meses, mais de 30 integrantes ligados ao grupo foram detidos.

As apurações revelaram movimentações financeiras atípicas superiores a R$ 1,5 milhão em contas de familiares e pessoas próximas aos líderes do esquema criminoso. Parte dessas pessoas já está presa e será responsabilizada conforme o grau de envolvimento.

Um dos principais alvos tentou destruir seu celular durante o cumprimento do mandado, mas, segundo o delegado, muitas das informações relevantes já estão armazenadas em nuvem e poderão ser acessadas judicialmente.

Ao avaliar o impacto das operações, Franco Augusto afirmou que ambas as ações representam uma resposta direta ao crime organizado e trazem mais segurança à população. “A operação Raptio deu uma resposta rápida a um crime que gerou comoção. Já a Entropia atacou uma estrutura criminosa sólida do tráfico de drogas. O trabalho das equipes da DIG e da DISE foi fundamental para esse resultado”, destacou.

As investigações continuam para identificar e localizar outros envolvidos nas duas organizações criminosas.