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Manhã Super Difusora

Organização patrimonial e prevenção jurídica: advogada alerta sobre os riscos da desorganização financeira e documental

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No programa Manhã Super Difusora desta quinta-feira (10 de julho), Tuti recebeu a advogada Gisele Almada, especializada na área Cível, para falar sobre a importância da organização da vida financeira e patrimonial, especialmente quando se trata da prevenção de problemas jurídicos futuros.

Durante a entrevista, a profissional destacou que muitos brasileiros vivem de maneira desorganizada, tanto financeiramente quanto documentalmente. Segundo Gisele, esse comportamento cultural, de deixar tudo para a última hora ou “dar um jeitinho”, pode gerar sérias consequências, principalmente no caso de falecimento, inventário e dívidas.

A advogada explicou que, ao falecer, uma pessoa que deixa bens em seu nome — como imóveis não regularizados ou sem partilha entre herdeiros — pode acabar criando uma “dor de cabeça” para a família. Ela lembrou que o inventário precisa ser iniciado em até 90 dias para evitar multas elevadas junto à Receita e ao fisco estadual. Além disso, a falta de organização documental pode tornar o processo mais demorado, caro e desgastante.

Gisele ressaltou ainda a importância de manter senhas, documentos e informações de patrimônio acessíveis à família, em caso de emergência. “Tudo pode acontecer a qualquer momento. Não é sobre prever o pior, mas sim estar preparado para evitar problemas maiores”, afirmou.

A advogada também alertou sobre a venda de imóveis que ainda não foram inventariados. Segundo ela, esse tipo de negociação é ilegal e pode trazer sérias complicações jurídicas para o comprador, que pode ter dificuldade para registrar o imóvel ou até mesmo perdê-lo.

Outro ponto abordado foi a questão do endividamento. Gisele alertou sobre o hábito de parcelar tudo, mesmo quando há possibilidade de pagamento à vista, e sobre a prática de “terceirizar” dívidas — quando uma pessoa assume um empréstimo ou financiamento em nome de outra. “Se der problema, quem vai arcar com as consequências é quem assinou. Isso é sério, e pode resultar em nome sujo, bloqueio de crédito e outros transtornos”, explicou.

Ela destacou também que, mesmo após cinco anos — prazo após o qual a dívida deixa de ser cobrada judicialmente — o nome do devedor permanece em registros internos dos bancos, dificultando o acesso a crédito, financiamento e até programas como o Minha Casa Minha Vida.

Para Gisele, o ideal é iniciar um processo gradual de organização: “É um exercício diário. Não é fácil, mas é necessário. A gente não pode mais se acostumar com o caos. Precisamos mudar o padrão e começar pequenas transformações, mesmo que dentro de casa”.

Ela reforçou ainda que o direito deve ser preventivo, não apenas reativo. Ou seja, o ideal é procurar um advogado antes que os problemas apareçam. “A advocacia hoje precisa estar presente na prevenção. As pessoas acham que só precisam de advogado quando já está tudo estourando, mas não. Um bom planejamento evita processos longos e dispendiosos.”

Para encerrar, a advogada deixou um recado claro: “Seja qual for o seu patrimônio — uma casa simples, um terreno, ou um conjunto de bens —, ele precisa estar regularizado. Isso é cuidado, é responsabilidade com você e com quem fica. Comece agora, não espere tudo virar uma bola de neve”.

A entrevista completa está disponível em nosso canal no YouTube: @superdifusoraoficial.