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Manhã Super Difusora

Setembro Amarelo em Itapetininga: especialistas destacam rede de apoio e importância da prevenção ao suicídio

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O programa Manhã Super Difusora, desta segunda-feira (15), recebeu a psicóloga e suicidóloga Cássia Matarazzo e o coordenador de saúde mental de Itapetininga, Álvaro Moura, para uma entrevista sobre o Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção ao suicídio.

Durante a conversa, os profissionais reforçaram que, apesar dos índices locais estarem estabilizados, o tema continua sendo uma preocupação constante e precisa ser tratado durante todo o ano, e não apenas em setembro.

Segundo Cássia, o movimento Setembro Amarelo vem se consolidando no Brasil desde 2015, com o objetivo de quebrar tabus, orientar sobre os sinais de alerta e oferecer caminhos de apoio a quem enfrenta crises. “No começo, havia receio até de falar sobre o suicídio, com medo de estimular alguém. Hoje, sabemos que falar é essencial para salvar vidas”, destacou a psicóloga, lembrando que em Itapetininga a campanha é realizada desde 2017.

O coordenador de saúde mental, Álvaro Moura, explicou como funciona o fluxo de atendimento na cidade. Os três CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) recebem pessoas em situação de sofrimento mental de forma aberta, sem necessidade de encaminhamento prévio. “Acolhemos o paciente, construímos um projeto terapêutico singular e acompanhamos tanto a pessoa em crise quanto seus familiares. Esse primeiro acolhimento é fundamental”, afirmou.

Já nas situações de emergência psiquiátrica, o serviço recomendado é o SAMU (192). De acordo com Moura, muitas vezes a população aciona a Polícia Militar em crises agudas, mas o procedimento adequado é chamar o atendimento móvel de urgência. Em casos extremos, quando há risco imediato à vida ou uso de armas, a PM é acionada em apoio ao SAMU.

Outro ponto debatido foi a importância de a sociedade reconhecer sinais de alerta, como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, alterações no sono e falas sobre morte, inclusive em redes sociais. “Nem todos dão sinais, mas precisamos aprender a identificar. Ignorar ou minimizar o sofrimento pode ter consequências graves”, alertou Cássia.

O município também conta com o Comitê de Prevenção ao Suicídio, que reúne profissionais da saúde, educação, judiciário e outras áreas para fortalecer a rede de apoio. Além disso, há grupos de posvenção, que acompanham familiares e amigos enlutados.

Um desses grupos é o Instituto Fundamente, formado por psicólogos e psicanalistas voluntários, que retoma encontros presenciais nesta segunda-feira (15), às 20h, na Casa Kennedy. O atendimento é gratuito, aberto a maiores de 18 anos, e será realizado quinzenalmente.

Ao final, Cássia reforçou a mensagem central da campanha: “Falar é um ato de coragem. Buscar ajuda é fundamental, e estar aberto a ouvir pode salvar vidas.”

Em Itapetininga, além dos CAPS, pessoas em crise podem acionar o SAMU pelo 192. Outro evento de destaque será a 3ª Conferência de Prevenção ao Suicídio Juvenil, promovida pelo projeto Falar é Bom, no dia 24 de setembro, das 8h às 12h, na OAB local.