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Manhã Super Difusora

Excesso de uso de telas já é considerado doença pela OMS, alerta psicóloga em entrevista à Super Difusora

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Durante entrevista ao programa Manhã Super Difusora desta quinta-feira (07), a psicóloga Márcia Fagundes fez um alerta importante sobre os impactos do uso excessivo de tecnologia no dia a dia, principalmente entre crianças e adolescentes. De acordo com a profissional, o excesso digital já é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma condição de saúde mental com CID — Código Internacional de Doenças.

Márcia explicou que o uso abusivo de celulares, tablets e jogos eletrônicos pode afetar diretamente o desenvolvimento cognitivo, emocional e social, gerando prejuízos em todas as áreas da vida, como relações pessoais, desempenho escolar e até profissional. “Tudo o que é em excesso, faz mal. O caos não pode ser considerado natural”, afirmou.

A psicóloga destacou que crianças estão sendo expostas precocemente à tecnologia como substituto de interações humanas. “Antes, quando uma criança chorava, os pais davam uma chupeta. Hoje, dão o celular. Isso traz consequências sérias, como dificuldades de alfabetização, vocabulário reduzido e até alterações comportamentais.”

Entre os sinais de alerta para dependência digital estão a irritabilidade, ansiedade quando há falta de conexão, aumento do tempo de uso e prejuízos no sono. “Se você percebe que está ficando mais tempo do que deveria ou se sente ansioso por não estar online, é preciso atenção. A dependência pode evoluir para compulsão, e em casos mais graves, levar até a quadros de depressão ou tentativa de suicídio, especialmente em jogos com apostas”, completou.

Dicas e soluções
Márcia orienta que é preciso estabelecer limites claros desde cedo. Para os pais, ela sugere adotar estratégias práticas como dificultar o acesso a jogos e aplicativos — por exemplo, escondendo os ícones em pastas — e, principalmente, substituir o tempo de tela por atividades em família, como brincadeiras ao ar livre e jogos tradicionais.

Ela ainda alerta que não adianta colocar apenas a criança na terapia: “Uma criança de 3 anos não vai ter consciência de que precisa parar de usar o celular. O tratamento precisa envolver os pais, que são os responsáveis por estabelecer os limites e mudar a rotina da casa.”

A psicóloga também abordou o papel dos avós e a importância de todos da família compreenderem seus papéis. Segundo ela, é comum os avós serem mais permissivos, mas a responsabilidade pela educação e definição de regras deve sempre partir dos pais.

Ao final da entrevista, Márcia destacou que o cuidado com a saúde mental começa em casa e que procurar apoio psicológico não é sinal de fraqueza, mas de responsabilidade.