Jornal do Meio Dia
Delegada e vereadora Júlia Nunes alerta sobre importância das denúncias após morte de menina de 5 anos em Itapetininga
Durante entrevista no Manhã Super Difusora, desta quarta-feira, 15 de outubro, a delegada e vereadora Júlia Nunes, convidada inicialmente para falar sobre a causa animal, abordou também o caso que chocou Itapetininga e o país: a morte de uma menina de 5 anos, encontrada enterrada no quintal da casa do padrasto na última terça-feira, 14 de outubro. O caso teve grande repercussão nacional e reacendeu o debate sobre a necessidade de fortalecer os órgãos de proteção à criança e ampliar a conscientização sobre denúncias de violência.
Júlia destacou que, na maioria dos casos de violência grave contra crianças, os agressores são pessoas próximas, geralmente dentro do próprio ambiente familiar. “É um crime brutal, cometido por quem deveria proteger. Precisamos reforçar a importância do Conselho Tutelar e garantir que as denúncias sejam feitas e acompanhadas”, afirmou.
Segundo a delegada, o caso reforça a urgência de atuação integrada entre poder público e sociedade. O pai biológico da criança, que havia perdido o contato com a filha, chegou a procurar ajuda de órgãos de proteção antes da tragédia. Para Júlia, é fundamental que os cidadãos compreendam o papel do Conselho Tutelar e saibam que a denúncia é um dever moral e legal. “Uma criança não desaparece sem deixar rastro. A ausência na escola, na creche ou no convívio familiar precisa ser investigada. O Conselho Tutelar deve agir imediatamente nesses casos”, disse.
A vereadora também ressaltou a ligação entre diferentes formas de violência. “Há uma conexão entre maus-tratos a animais e violência contra pessoas, especialmente crianças e idosos. Quem pratica crueldade com animais muitas vezes também é capaz de cometer crimes contra seres humanos”, explicou. Júlia defendeu o fortalecimento das políticas públicas de proteção e o investimento em ações preventivas.
Ela orientou a população sobre os canais oficiais de denúncia:
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Disque 100 – para casos de violação de direitos humanos, incluindo violência contra crianças e idosos;
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Disque 180 – para casos de violência contra a mulher;
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Delegacia Eletrônica de Proteção Animal – para denúncias de maus-tratos a animais;
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Conselho Tutelar – que pode ser acionado pessoalmente, por e-mail ou telefone.
“Não basta desabafar nas redes sociais. É preciso formalizar as denúncias nos canais corretos, porque só assim é possível cobrar providências e responsabilizar os órgãos públicos”, alertou. Júlia ainda reforçou que qualquer pessoa pode denunciar de forma anônima. “Muitas vezes, uma ligação pode salvar uma vida. Se você ouve gritos, xingamentos ou percebe sinais de violência, denuncie. A omissão também mata”, concluiu.
Ao final da entrevista, a delegada prestou homenagem aos professores pelo Dia dos Professores, destacando o papel essencial desses profissionais na formação e proteção das crianças. Ela também anunciou que, na Câmara Municipal, a professora Rosário, conhecida como “Tia Rô”, será homenageada por mais de 30 anos dedicados à educação.
