Jornal do Meio Dia
Empresas familiares de Sorocaba e região se organizam diante da proposta de cobrança sobre lucros e dividendos
Empresas familiares de Sorocaba e região têm se mobilizado para se adaptar à proposta de Reforma do Imposto de Renda (IR), que prevê a cobrança de 10% sobre lucros e dividendos distribuídos aos sócios com renda anual acima de R$ 600 mil. Atualmente, esses rendimentos são isentos de tributação. A medida faz parte do pacote do governo para compensar a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil por mês.
O texto, já aprovado pela Câmara dos Deputados, segue em análise no Senado. O início das audiências públicas ocorreu em 14 de outubro, e a votação final deve ocorrer nas próximas semanas. Caso seja aprovado, o novo modelo entrará em vigor a partir de 2026.
Segundo a economista e diretora tributária da consultoria Apter, Daniele Ishida, empresários locais já buscam orientação sobre como se organizar diante da mudança. “Tem muita gente ligando para entender o que pode ser feito agora. O medo é pagar mais imposto sem necessidade. Porém, ainda dá tempo de se organizar e se proteger dentro da lei”, afirma.
Daniele destaca que ajustes na estrutura das empresas podem reduzir o impacto da nova regra. “Rever a divisão de lucros entre os sócios ou planejar a forma de recebimento dos dividendos faz a diferença. É como arrumar a casa antes da chuva: se esperar a água cair, o prejuízo é certo”, explica.
A especialista reforça que o planejamento tributário é essencial para manter o crescimento das empresas familiares e evitar problemas de caixa. “Sorocaba tem muitos negócios familiares que trabalham duro para manter as portas abertas. Essa mudança pode pesar no caixa de quem não se preparar”, alerta.
