Jornal do Meio Dia
Maio Amarelo: Advogado alerta para prejuízos legais e financeiros em acidentes de trânsito, mesmo os mais simples

O programa Manhã Super Difusora desta terça-feira, 13 de maio, recebeu o advogado Daniel Magaldi, para um alerta importante dentro da campanha Maio Amarelo, voltada à conscientização sobre segurança no trânsito. Na entrevista, Magaldi destacou que mesmo acidentes considerados pequenos, especialmente dentro da cidade, podem gerar graves consequências jurídicas e financeiras para os motoristas.
Logo no início da conversa, o advogado reforçou que a falta de atenção continua sendo o principal fator de risco. “Uma desatenção simples pode gerar indenizações altíssimas, da ordem de R$ 50 mil a R$ 60 mil, valores que poderiam ser destinados a um investimento ou lazer, mas acabam sendo pagos como compensação por danos causados a terceiros”, afirmou.
Segundo Magaldi, em casos mais graves, como atropelamentos que resultam em incapacidade permanente da vítima, o motorista pode ser condenado a pagar pensões mensais vitalícias, calculadas com base na expectativa de vida da vítima e em sua capacidade de trabalho perdida. “Se a pessoa ganhava R$ 5 mil por mês e ficou paraplégica, o responsável poderá ser obrigado a pagar esse valor mensalmente, descontado apenas o que o INSS eventualmente cobre — o que, sabemos, geralmente não é suficiente”, explicou.
Outro ponto importante abordado foi a falta de seguro ou cobertura insuficiente. Magaldi citou o caso recente de um motorista que bateu levemente em um motociclista, fraturando sua perna. O condutor não tinha seguro e foi surpreendido com uma ação judicial pedindo mais de R$ 60 mil em indenizações. “As pessoas economizam no seguro, mas isso pode custar caro depois. É essencial revisar os valores de cobertura, principalmente para danos materiais e morais”, alertou.
Magaldi também explicou que, em acidentes com veículos de maior valor — como caminhonetes de R$ 300 mil —, se o limite da apólice for inferior ao valor do prejuízo, o motorista será obrigado a arcar com a diferença. “Se o seguro cobre até R$ 100 mil, e o prejuízo for de R$ 300 mil, os R$ 200 mil restantes sairão do bolso do motorista”, destacou.
A entrevista também tratou da importância de reunir provas no momento do acidente. “Se não houver testemunhas ou câmeras, o boletim de ocorrência com base na posição dos veículos e relatos dos envolvidos pode ajudar a definir quem foi o responsável”, explicou. Ele orientou que a polícia deve ser acionada sempre que houver feridos, e que os veículos só devem ser removidos do local se não houver vítimas com ferimentos graves.
Por fim, Magaldi reforçou que a atenção no trânsito é essencial para evitar prejuízos que vão além do veículo: “A imprudência pode mudar vidas e comprometer financeiramente a sua também. O trânsito é de todos, e a responsabilidade também.”