Projeto Integrar mapeia propriedades rurais em Itapetininga para promover avanços no campo

O Jornal do Meio-dia desta terça-feira, 13 de maio, recebeu nos estúdios da Rádio Super Difusora dois representantes do Projeto Integrar: o supervisor do projeto, Celso Idney Salata Junior, e o estagiário Esdras Molina, que atua diretamente nas visitas às propriedades rurais de Itapetininga. A iniciativa é desenvolvida pelo SENAR-SP, em parceria com o Sindicato Rural de Itapetininga, e tem como principal objetivo levantar dados das propriedades rurais da região para fortalecer o setor agropecuário local.

Durante a entrevista, os convidados explicaram que o Projeto Integrar está sendo realizado em todo o Estado de São Paulo. O foco é mapear o perfil da produção rural — incluindo tipos de cultivo, uso de recursos naturais, mão de obra e infraestrutura disponível — com o intuito de oferecer melhorias nos cursos oferecidos pelo SENAR, captar investimentos, identificar demandas reais do campo e propor soluções técnicas adequadas.

Segundo Celso Salata, o levantamento já está em andamento desde agosto do ano passado, com o trabalho de três estagiários percorrendo as propriedades rurais da região. As visitas duram cerca de 15 minutos e são fundamentais para coletar informações que orientarão políticas e capacitações voltadas ao agronegócio. “É um mapeamento essencial para que possamos compreender a realidade do campo e, com isso, propor cursos mais eficazes e fomentar o crescimento sustentável do setor”, destacou.

Apesar da importância do projeto, os entrevistados apontaram uma barreira significativa: a desconfiança por parte de alguns produtores rurais. Muitos têm receio de fornecer informações por medo de fiscalização ou por não compreenderem os objetivos do projeto. Esdras Molina reforçou que todos os dados coletados são confidenciais e usados exclusivamente para fins estatísticos e de planejamento. “O produtor pode ficar tranquilo. As informações são inseridas em um sistema seguro e, ao final da coleta, apenas o nome e a data ficam registrados localmente. O restante vai para a base central do SENAR e da FAESP”, explicou.

O Projeto Integrar tem revelado necessidades urgentes no campo, como a falta de água em algumas comunidades rurais, a necessidade de poços artesianos, bacias de contenção, cisternas e curvas de nível para conservar os recursos hídricos. “Só podemos propor melhorias quando conhecemos a realidade. Por isso é tão importante que o produtor rural receba bem os pesquisadores e abra as portas de sua propriedade”, afirmou Celso.

A produção agrícola em Itapetininga é bastante diversificada, com destaque para grãos como milho, soja, trigo, feijão e, mais recentemente, triticale (uma mistura de trigo com centeio). Também há forte presença na pecuária leiteira e de corte, além da avicultura, uma das mais expressivas do Estado, e produção de cogumelos, frutas e hortaliças.

O Sindicato Rural de Itapetininga, que atua como ponte entre os produtores e o SENAR, reforça que o objetivo é único: levar benefícios para o campo por meio de conhecimento, capacitação e estruturação adequada. “É um trabalho feito por quem entende do campo, com o apoio técnico necessário e com foco no desenvolvimento do agronegócio local”, completou o supervisor do projeto.

A previsão inicial é de que o Projeto Integrar tenha duração de dois anos, mas, diante das dificuldades de acesso e contato com os produtores, é provável que o prazo seja estendido para três anos. A equipe reforça o pedido de acolhimento aos estagiários e colaboração com as entrevistas. “Estamos aqui para ajudar. Receber bem o Projeto Integrar é dar um passo à frente rumo a um campo mais forte, estruturado e competitivo”, finalizou Celso.