Manhã Super Difusora
Zumbido no ouvido pode indicar problemas de saúde e exige investigação completa, alerta especialista

Durante o programa Manhã Super Difusora desta quinta-feira (29), a fonoaudióloga Dra. Maura Laureano, da Clínica Fonec alertou sobre a banalização do zumbido no ouvido por parte de muitos pacientes e profissionais. Segundo ela, tratar esse sintoma como algo normal pode atrasar diagnósticos importantes e agravar quadros clínicos.
De acordo com Dra. Maura, o zumbido é um sintoma que indica que algo não vai bem no organismo. Ele pode estar associado a problemas como pressão alta, alterações na tireoide, colesterol elevado, diabetes, consumo excessivo de álcool, cafeína ou tabaco, uso de medicações e até distúrbios emocionais como ansiedade. “Muita gente ouve de profissionais que é algo com o qual se deve acostumar. Isso não é verdade. O zumbido não é normal”, afirmou.
A especialista explicou que existem diferentes tipos de zumbido — sons em apito, chiado ou ruídos variados — e que todos merecem atenção. “Mesmo quando os exames convencionais de audiometria não detectam perda auditiva, pode haver perdas em altas frequências, o que só é identificado por exames específicos. Esses testes podem ser o primeiro sinal de uma alteração auditiva futura”, completou.
O tratamento adequado começa por uma investigação detalhada. Dra. Maura recomenda consulta com otorrinolaringologista, exames auditivos — inclusive em altas frequências — e exames laboratoriais. “Falta de vitaminas e minerais como o zinco também pode gerar zumbido. Por isso, o check-up é essencial, principalmente após certa idade”, explicou.
A fonoaudióloga destacou ainda que o tratamento é individualizado e pode envolver diferentes profissionais: fisioterapeutas, dentistas, psicólogos e médicos de diversas especialidades. Casos ligados à articulação temporomandibular, coluna ou fatores emocionais exigem uma abordagem multidisciplinar. “O paciente também precisa estar engajado. Não é só esperar que o médico resolva. É necessário envolvimento e mudança de hábitos.”
Ela reforçou que há opções terapêuticas com eficácia comprovada, como o uso de aparelhos auditivos com geradores de som, acupuntura e terapias psicológicas. “O importante é buscar a causa e tratá-la. Em alguns casos, é possível eliminar o zumbido. Em outros, conseguimos controlar de forma que não impacte mais a vida da pessoa”, afirmou.
Por fim, Dra. Maura fez um apelo por mais consciência sobre o autocuidado: “A população precisa parar de normalizar dores e incômodos. Envelhecer com qualidade depende de atitudes que devem começar antes, como boa alimentação, atividade física e atenção aos sinais do corpo. Zumbido não é normal e merece atenção.”